sexta-feira, 19 de março de 2010

Renato Bragiato: luta, superação e música

O músico Renato Bragiato esteve nos estúdios da Rádio Clube, e o telefone não parou de tocar. Até torpedos sms chegaram cumprimentando o entrevistado do ‘Show da Clube”, que tem o locutor Sandro Dálio no comando.
Muitos ouvintes falaram das apresentações do Renato em eventos da Igreja Católica e outras festas, relembrando inclusive algumas canções cantadas por ele.
No final da entrevista, mesmo sem o seu “companheiro”, o teclado, Renato deu uma palhinha e cantou trechos de Saigon, de Emílio Santiago, e Emoções, de Roberto Carlos, atendendo a pedidos de ouvintes.
Renato falou também sobre a atual música brasileira e os modismos de Rebolations e derivados do gênero. Falou sobre suas preferências musicais e sobre seu site e a coluna que assina no Jornal O Debate.
Mas a parte mais emocionante ficou por conta de suas palavras de incentivo, principalmente para as pessoas que sofrem algum tipo de deficiência. Ele tem um problema na vista desde seu nascimento que lhe tira boa parte da visão, o que poderia dificultar o aprendizado e suas apresentações mas, muito pelo contrário, ele usou essa deficiência como incentivo e foi à luta.
Aprendeu a tocar teclado e descobriu a voz como instrumento de seu trabalho.
Hoje não há o que não toque, mesmo continuando com sua deficiência visual. O talento e a humildade desse artista são-manuelense superaram em muito as suas dificuldades.

OBS.: Este texto foi redigido pela equipe do jornal “O Debate”, a qual agradeço profundamente nas pessoas da jornalista e diretora do jornal “O Debate” e da Rádio Clube AM 1510 kHz, Tânia Casquel, do jornalista Gildo Sanches, do locutor e apresentador Sandro Dálio e de todos os demais colaboradores da Central São-manuelense de Comunicação. Muito obrigado a todos pelo carinho a mim dirigido e pelo grande apoio prestado ao meu trabalho. Que Deus ilumine e abençoe a cada um de vocês e lhes garanta, a cada novo dia, mais sucesso em suas vidas. Um grande abraço.

sábado, 6 de março de 2010

Michael Sullivan: sinônimo de grandes composições

Seria impossível falar de grandes compositores brasileiros sem destacar Ivanilton de Souza Lima (ou, simplesmente, Michael Sullivan).
Desde muito jovem sua carreira já despontava para o sucesso. Por volta dos 14 anos começou a cantar nas noites de Recife (sua terra natal). Aos 15, disputou um concurso de calouros promovido pela Rádio Jornal do Comércio, da referida cidade, conquistando o primeiro lugar.
Em 1969, de mudança para o Rio de Janeiro, Sullivan conheceu os músicos Hyldon, Pial e Tinho, com quem formou o grupo “Os Nucleares”, tendo seu primeiro vinil gravado no mesmo ano pela RCA. Pouco tempo depois conheceu Tim Maia, que se tornaria um dos principais responsáveis por sua projeção nacional ao gravar “Me dê motivo” (Michael Sullivan e Paulo Massadas).
Ainda na década de 70, Michael Sullivan integrou também os grupos “Os Selvagens” e “Renato e seus Blue Caps”, atuando neste último como cantor e guitarrista, conquistando 6 discos de ouro com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Ainda à frente do “Renato” deu início à sua carreira solo com a música “My life”. O compacto, de mesmo título da canção, teve vendagem superior a 1 milhão de discos.
Ao lado de Paulo Massadas, Sullivan fez história com grandes composições interpretadas pelos maiores nomes da MPB, tais como: “Um dia de domingo” (gravada por Gal Costa e Tim Maia); “Me dê motivo” e “Leva” (gravadas por Tim Maia); “Deslizes” (gravada por Fagner); “Amor perfeito”, “Pergunte pro seu coração” e “Meu ciúme” (gravadas por Roberto Carlos); “Wisky a go-go” e “Show de rock’n roll” (gravadas por Roupa Nova); “Nem morta” e “Estranha loucura” (gravadas por Alcione), entre outras canções gravadas também por Sandra de Sá, Joanna, Fafá de Belém, Rosana, Zezé di Camargo e Luciano, Xuxa, Angélica e Trem da Alegria.
Entre os anos de 1980 e 1986, Sullivan integrou o grupo “The Fevers”, que obteve grande repercussão nacional ao embalar os anos 80 com um estilo característico da Jovem Guarda.
Em 1994, Michael Sullivan muda-se para os EUA para seguir carreira de produtor musical, onde compôs para nomes como Rick Martin, Chayanne, Menudos, entre outros.
Hoje, de volta ao Brasil, com mais de 1200 músicas gravadas e recordes de lançamento e vendagem registrados pelo Guinness Book, Michael Sullivan consolida-se como um dos maiores nomes brasileiros na música mundial, tanto no quesito composição, como no âmbito de produção e interpretação.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

As eternas marchinhas de carnaval

Apesar da grande miscelânea rítmica que atualmente marca o carnaval, as tradicionais marchinhas ainda são o símbolo supremo da maior festa popular brasileira.
Esta supremacia teve seus primeiros passos no ano de 1899 quando, a pedido dos foliões do cordão “Rosa de Ouro”, Chiquinha Gonzaga compôs “Ó abre alas” que se tornaria a primeira música criada especialmente para o carnaval.
Entre as décadas de 1920 e 1960 as marchinhas ganharam forte repercussão no Rio de Janeiro, sobressaindo-se com relação ao samba que, até então, era o gênero mais executado durante as festividades carnavalescas. A fórmula para a explosão do sucesso das marchinhas surgiu da combinação entre seus ritmos acelerados (compostos em compassos binários), suas melodias simples e suas letras que contemplavam a irreverência, a crítica social e uma leve pitada de sensualidade (tão leve que nem de longe merecem quaisquer comparações com as atuais “apelações musicais”). Mais do que isso, as letras de cada canção refletiam fidedignamente a vida do povo carioca, seus hábitos, sua rotina e sua alegria de viver.
Outro tema bastante utilizado pelos compositores carnavalescos era o fictício triângulo amoroso entre Colombina, Pierrô e Arlequim, personagens lembrados em dezenas de marchinhas.
Na referida época (de 1920 a 1960, aproximadamente), o Rio de Janeiro ainda era a capital do Brasil, concentrando sob seu município as principais emissoras de rádio e gravadoras fonográficas do país, fato este que facilitou a difusão das composições por todo o território nacional.
Uma das mais conhecidas canções do gênero (para não dizer a mais popular de todas), “Mamãe eu quero mamar”, de José Luís Rodrigues Calazans (Jararaca) e Vicente Paiva, foi composta em 1937 e tornou-se um verdadeiro hino dos foliões sendo fortemente executada nas noites e nas matinês ainda hoje.
Quando se remete aos “carnavais de marchinhas”, não se pode esquecer da “pequena notável” Carmen Miranda, que em 1930 estourou nas paradas de sucesso interpretando “Para você gostar de mim” (popularmente conhecida por “Taí”), de Joubert de Carvalho. Outro grande nome a ser lembrado é o do célebre Lamartine Babo, compositor de inesquecíveis marchinhas, dentre elas “Linda morena”.
Tantas outras músicas e compositores poderiam ser aqui lembrados, mas de que vale falar sobre marchinhas e não poder ouvi-las? Por isso, neste carnaval, busque retornar aos bons tempos e procure participar de eventos que ainda prestigiam os grandes carnavais eternizados pelas marchinhas.

OBS.: Este texto foi publicado no blog do jornalista de "O Debate", Gildo Sanches (www.blogdogildo.blogspot.com), em 13/02/2010.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O silenciar de uma grande voz

A notícia da morte de Muíbo César Cury, aos 80 anos, divulgada na tarde do último dia 26 de Dezembro, foi motivo de profunda tristeza para todos os amantes do rádio e da música brasileira.
Figura lendária do cenário radiofônico nacional, Muíbo Cury saiu de Duartina (SP), sua terra natal, por volta dos 20 anos de idade, para trabalhar como locutor nas madrugadas da Rádio Clube de Marília (SP), de onde, posteriormente, partiria rumo à capital do estado para tornar-se uma das vozes mais conhecidas do microfone paulistano. Em 2009 completou 57 anos de trabalho junto à Rádio Bandeirantes de São Paulo, apresentando os programas “Arquivo Musical” e “Jornal em Três Tempos”, este último ao lado de Chiara Luzzati e Paulo Galvão. Todos estes anos de trabalho garantiram-lhe, até então, o título de funcionário mais antigo do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Apesar de o rádio ter sido o palco de seu maior destaque, outras vertentes artísticas também fizeram parte de sua carreira, destacando-se, dentre elas, ofícios como dublador, ator, apresentador, compositor e cantor. Atuou em diversos trabalhos televisivos, tanto na extinta TV Tupi, quanto na TV Globo, sobressaindo-se sua participação em “Memórias de um gigolô”, minissérie desta última emissora levada ao ar em 1986.
Na música, compôs ao lado de Teddy Vieira um dos maiores clássicos da música sertaneja, “João de Barro”, sendo sua primeira gravação interpretada por Mineiro e Manduzinho na década de 1950, sem, no entanto, grande repercussão naquele momento. O sucesso da canção viria cerca de 25 anos mais tarde, quando regravada por Sérgio Reis.
Ainda no campo da música, Muíbo fora o Barroso, da dupla Barreto e Barroso, famosa nos anos 60 por sua musicalidade raiz, aliada à irreverência dos “causos” de dois velhos caipiras.
Amante da boa música sertaneja, Muíbo Cury participou recentemente de um documentário independente sobre a vida de Tonico e Tinoco, onde presta depoimentos sobre a dupla ao lado do cantor Sérgio Reis, do jornalista deste semanário, Gildo Sanches, e do próprio homenageado, Tinoco.
Com sua morte, Muíbo deixa mais uma lacuna no rol dos grandes nomes do rádio e da música. Fica para nós, além da saudade, um grande exemplo de luta, perseverança e dedicação. Fica imortalizada, nos registros da emissora paulistana que o acolheu, a paixão de um ser humano por tudo aquilo que fazia.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Poucos ganham muito, muitos pedem esmolas

Não diferente da realidade social brasileira, os músicos, em sua grande maioria, enfrentam duras dificuldades para sobreviverem a partir de seu trabalho. E quando uso o termo “trabalho”, o faço propositalmente, na tentativa de derrubar um estigma produzido por uma sociedade que, muitas vezes, diz: “Mas desde quando ser músico é ser trabalhador?”.
Parece até exagero, mas uma grande parcela da população pensa dessa maneira, não enxergando (ou por não conseguir, ou por não querer) que músico trabalha, sim. E muito.
Quando um músico é visto tocando ou cantando em um baile, por exemplo, pouco se pensa no esforço e na mão-de-obra empregada por este para que tal evento fosse animado ao som de uma música ao vivo. E pra piorar, é provável que você pergunte a um baladeiro “Que banda animou o baile X?” e ele te responda “Não sei.”.
Não bastasse essa desvalorização moral, que “detona” a alma de qualquer músico, ainda existe a desvalorização financeira, que destrói qualquer possibilidade de subsistência desse profissional. São escassas as exceções que conseguem dizer: “Sustento minha família a partir da música”. Dentre a escassez a que me refiro, pode-se incluir apenas os músicos que trabalham ao lado de grandes artistas e os próprios artistas que se destacam nacionalmente e internacionalmente, de uma forma, ou de outra. Os demais, que representam uma maioria maciça, “pedem esmolas”.
É triste dizer isso, mas é assim que as coisas funcionam. Enquanto “fulanos” ganham fortunas fazendo shows que duram no máximo duas horas, “beltranos” tocam e cantam por horas a fio nos “botecos da vida” a troco de cachês que prefiro nem comentar (e olha que em porta de bar tem gente mais talentosa que muito artista famoso que a gente vê por aí...).
Tudo isso é reflexo daquele estigma citado no início deste artigo. Um estigma social reproduzido por presidentes de clubes, contratantes de casas noturnas, donos de bares e restaurantes, etc, etc, etc.
Poderia aqui fazer menção a inúmeros nomes de artistas locais que merecem o respeito do público por seu talento. Não o faço para não cometer injustiças. Mas peço a você, amigo leitor: da próxima vez que estiver em um ambiente onde lá estiver um músico, tocando ou cantando, olhe-o com mais apreço. Seu talento é digno de aplausos.
E vocês, contratantes, valorizem o profissional que é, sem dúvida, o principal responsável pelo sucesso de seus eventos. Sem ele, tenha certeza, suas “baladas” seriam um fracasso. Todo músico merece ser valorizado, e não “receber esmolas”.

A volta do “Menino da Porteira”

Para quem jurava ter visto o “menino da porteira” sendo morto por aquele “boi sem coração”, saiba que ele “ressuscitou”. Praticamente 33 anos após o seu lançamento original, protagonizado por Sérgio Reis, o longa “O Menino da Porteira” (dirigido por Jeremias Moreira) volta às telas em uma releitura, desta vez com o cantor Daniel no papel principal (o boiadeiro Diogo Mendonça).
Bem, mas como o intuito deste artigo não é tecer uma crítica cinematográfica, deixemos o filme de lado e façamos jus ao nome da coluna. Afinal, por trás de um grande filme há sempre uma grande “trilha sonora”.
Além de sua interpretação nas telas (lançada no último dia 06 de Março), Daniel lança pela Warner Music Brasil um CD de 12 faixas, do mesmo título do filme, com algumas regravações e músicas inéditas.
O cantor reúne grandes clássicos da música sertaneja, como “Índia” (versão de José Fortuna), “Tocando em Frente” (Renato Teixeira e Almir Sater), “Disparada” (Geraldo Vandré e Théo de Barros), “Cabecinha no Ombro” (Paulo Borges) e, obviamente, “O Menino da Porteira” (Luizinho e Teddy Vieira). Além destes clássicos, Daniel inseriu nesse trabalho canções inéditas como “Boiada” (de sua composição, ao lado de Rick) e “Arribada” (Rick).
Todas as interpretações do CD ficam a cargo do próprio cantor, com as participações especiais de seu pai, José Camilo, e dos músicos Mazinho Quevedo e Carlos Careqa.
Apesar da música título do filme ser quase que “irreconstruível”, se comparada à interpretação dada por Sérgio Reis na década de 70, esta teria ficado praticamente perfeita na voz de Daniel, não fosse um único detalhe: a falta de uma segunda voz “de peso” complementando a melodia.
Ah, que saudades do João Paulo. O Daniel há de perdoar e, quem sabe. concordar com a opinião deste humilde colunista. Esta regravação de “O Menino da Porteira” ficou belíssima nessa nova roupagem, com um arranjo “leve” e agradável aos ouvidos, aliada à interpretação ímpar de Daniel. Mas, em contrapartida, sua voz parece ter ficado um pouco “solitária” demais para uma canção que transmite tamanha emoção.
É uma pena esta regravação não ter acontecido antes de 1997 (ano da morte de seu parceiro de dupla, João Paulo). “O Menino da Porteira”, cantada por João Paulo e Daniel, seria uma regravação de marcar época e de deixar qualquer músico boquiaberto. Pois é, seria...

Mulheres em versos e melodias

Inúmeros intérpretes já cantaram, no curso de suas carreiras e estilos, os encantos e mistérios que envolvem o sexo feminino. Agora é chegada a hora de reunir, nestas breves linhas, algumas das canções que melhor enfatizam tais características.
O rei Roberto Carlos, ainda que sob o poder de sua majestade, não poderia consolidar décadas de carreira sem antes falar da “Mulher de 40”, onde afirma que “ela é uma mulher que sabe o que quer e no amor acredita”.
O sambista Martinho da Vila canta nos versos de “Mulheres” as diversas faces que uma mulher pode apresentar: “mulheres do tipo atrevida, do tipo acanhada, do tipo vivida, casada, carente, solteira, feliz (...) mulheres cabeça e desequilibradas, mulheres confusas, de guerra e de paz”.
Ainda no samba, Benito di Paula enobrece a “mulher de verdade, sim senhor, mulher brasileira é feita de amor”. E quão feliz foi Benito ao concluir o refrão da música “Mulher brasileira” afirmando que ela está “em primeiro lugar”.
“Complicada e perfeitinha”. Assim descreve a banda de rock Raimundos no refrão de sua “Mulher de fases”, expondo nessa letra as dificuldades de se entender as diversas “fases” femininas frente a uma relação homem e mulher.
Do rock para o sertanejo. A dupla formada pelo saudoso Leandro, em parceria com seu irmão Leonardo, grava em meados da década de 90 a música “Essas mulheres”, também retratando as dificuldades de se compreender os comportamentos do sexo oposto, mas, ao mesmo tempo, demonstrando a impossibilidade de um homem viver sem elas. Logo no primeiro verso eles cantam: “Ah, essas mulheres... nos tiram e nos dão a vida, nos curam e nos abrem feridas... difícil existir sem essas mulheres”.
Do sertanejo para a MPB. Uma das melhores descrições da força feminina é, sem dúvida, a música “Mulher”, escrita e interpretada por Erasmo Carlos, que conclui a bela canção dizendo: “Mulher! Mulher! Na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez. Sou forte, mas não chego aos seus pés”.
E de fato Erasmo tem toda a razão. Nem mesmo se fosse possível reunir aqui todas as músicas do mundo que descrevem uma mulher, não conseguiria mensurar a força feminina frente as adversidades da vida. Nós homens somos fortes, mas realmente, não chegamos aos seus pés.

Carnaval agora é isso

Com o passar dos anos, as tradicionais marchinhas carnavalescas e os grandes sambas de enredo foram perdendo espaço para outros estilos musicais. E estilos que, diga-se de passagem, não têm muito a enriquecer-nos, culturalmente falando.
A apologia ao sexo (somada a danças nem um pouco educativas) parece ter sido a isca preferida dos produtores brasileiros para conquistar a preferência dos foliões. De “Segura o tchan”, em 1997, à “Dança do créu”, em 2007, tem-se mais de uma década de letras apelativas e melodias pobres.
Como se isso não fosse o bastante, durante as tradicionais matinês, crianças (bem novinhas, por sinal) vão ao delírio quando as bandas e DJ’s tocam músicas desse estilo. Os pais até acham “engraçadinho”, mas acabam esquecendo-se de que essas letras não contribuem em nada com o crescimento de seus filhos.
Alguns clubes mais tradicionalistas até tentam manter o carnaval com suas características originais, mas acabam enfrentando a dura opinião de uma massa que clama às bandas: “Toca axé! Toca funk!”.
E foi justamente a influência do “Axé Music” baiano e do “Funk” carioca nos ares paulistas que fez com que marchinhas tradicionais, como “Cidade Maravilhosa”, “Colombina” e “Quem sabe, sabe”, executadas em praticamente todos os carnavais, fossem gradativamente caindo no esquecimento nos salões de todo o estado. Isso sem falar nas belas letras e melodias arrepiantes de sambas de enredo como “É hoje o dia”, da União da Ilha do Governador (RJ) e “Sonhar não custa nada”, da Mocidade Independente de Padre Miguel (RJ), sendo este último considerado pela crítica um dos melhores sambas de todos os tempos (pra não dizer o melhor).
Pois é, esses bons tempos e essas boas músicas se foram. Perdem nossos ouvidos, perde nossa cultura local, que fica a mercê de meios de comunicação de massa que parecem nos dizer: “Carnaval agora é isso. Ouça sem reclamar.”